quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Alsácia e a Rota dos Vinhedos

A Alsácia é a mais setentrional das províncias francesas. Foi, neste último século e meio, ocupada e anexada ao território germânico por várias vezes. Hoje, as duas culturas convivem em harmonia. Strasbourg, a capital regional, de onde viemos, abriga duas referências da integração européia: o Parlamento Europeu e o Fórum da Cidadania. De lá, alugamos novamente um carro para conhecer a rota dos vinhos!

O vinho é uma das forças da economia. No ano passado, os 160 milhões de garrafas produzidas geraram negócios no valor de 480 milhões de euros. Das variedades de uvas apenas uma, a Pinot Noir, é tinta; as demais, todas brancas: Riesling, Pinot Gris, Gewürztraminer, Muscat, Pinot Blanc e Sylvaner. Os Vosges são um elemento-chave, pois barram as nuvens oriundas do Atlântico, a oeste. Enquanto de um lado da cadeia montanhosa a média anual de chuvas chega a 1.800 milímetros, do outro, onde estão as vinhas, não excede a 500 milímetros. O clima seco, ensolarado, com baixas temperaturas, alonga o período de maturação das frutas, permitindo-lhes um amadurecimento sem perda da acidez e do potencial aromático. E os solos também contribuem. A geologia regional se apresenta como um mosaico, passando, em curtos espaços, do granito ao calcário, da argila ao xisto e ao saibro. Diz-se que nos poucos quilômetros que separam duas comunas alsacianas há mais diversidade que entre a Champagne e o Beaujolais. A Alsácia tem 51 vinhedos classificados como grand crus, em geral parcelas pequenas, e, mesmo assim, pertencentes a vários proprietários. Na rota dos vinhos, os 15.000 hectares de plantações ocupam altitudes entre 200 e 400 metros.
Texto extraído do site: http://www.gula.com.br/

Paisagem Típica da Rota dos Vinhedos da Alsácia
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A Rota dos Vinhos é uma das atrações que mais polariza a atenção dos visitantes da Alsácia, embora a sua extensão - cerca de uma centena de quilômetros - a torne impraticável no espaço de tempo de umas breves férias e desaconselhe, aliás, o seu percurso de uma só vez. Por isso, o recomendável é escolher um trecho e visitar algumas aldeias ou optar por algumas das cidades principais.
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Como estávamos em Strasbourg e depois iríamos encontrar nossos amigos Burkhard e Eunice no aeroporto próximo a Baden-Baden, havíamos optado por conhecer Colmar, para depois explorar alguns vinhedos próximos a pequena aldeia de Blienschwiller, onde escolhemos um hotel muito bonitinho para nos hospedarmos, em meio aos vinhedos. Achamos a idéia interessante, até porque, essa aldeia conta apenas com 30 famílias, todas produtoras de vinhos, estando por isso rodeada de vinhedos.


Custamos um pouquinho, por ser uma aldeia muito pequena, mas acabamos encontrando a plaquinha para nosso vilarejo, pois queríamos deixar ali a bagagem antes de descer para Colmar.

Mas a paisagem de vinhedos foi encantando, e parávamos a todo momento para apreciar aquela natureza tão distinta da nossa.

Para nossa surpresa, o vilarejo não é espalhado entre os vinhedos, ao contrário, ele se constitui em um centrinho onde moram as 30 famílias produtoras de vinho que mantêm suas caves de degustação, ficando toda a pequenina vila rodeada por esses vinhedos. A entrada é uma graça! Veja na foto acima.

Uma coisa nos impressionou muito! A quantidade de crucifixos, como o da foto acima, nos caminhos dos vinhedos. A princípio, pensamos no que nos pareceu mais natural, ou seja, cada produtor tinha um crucifixo para proteger seu vinhedo, trazer fertilidade à terra e proteger a plantação contra possíveis pragas.
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Só que, infelizmente, esquecemos de perguntar aos moradores locais o verdadeiro significado de tantas esculturas como aquelas, porque são inúmeras! Todas de crucifixos e muito bem feitas, de um tamanho respeitável, a frente das plantações e até em outros caminhos da região.
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Mas agora, na hora de publicar em nosso blog, entendemos que tínhamos de colocar o verdadeiro significado da existência desses crucifixos e aos montes. Então fomos pesquisar na Internet e ficamos pasmos... Existem mil explicações, e tivemos até uma certa sensação de que algumas estão em código. Sinceramente não entendemos muito bem e não quisemos nos deter nessa questão por enquanto.

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Os artigos que encontramos na Internet explicam o fato de formas diversas: Desde uma manifestação de liberdade, devido ao fato das constantes brigas entre França e Alemanha, e assim, era uma forma dos franceses manifestarem sua independência contra Lutero...

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Outros artigos falam em uma época em que a Igreja Católica considerava os não cristãos uns hereges e todos necessitavam se proteger de um possível julgamento...
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Outros já falam em uma simbologia do vinho como o sangue de Cristo, daí o desejo dos produtores manterem os crucifixos nos vinhedos por vontade própria, para trazer sorte e uma boa safra...

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Outros falam até em anti-semitismo...
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Bem, como não temos certeza do verdadeiro significado, esperamos que alguém que acesse ao nosso blog tenha mais conhecimento sobre o tema e possa deixar o seu comentário. Desde já, agradecemos!
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Mas quanto à estética, devemos comentar que ficam muito interessantes essas belas imagens, e quanto à simbologia, prefirimos acreditar que sejam uma manifestação para que as plantações fiquem protegidas de pragas e produzam boas safras de vinho. Seja essa manifestação por questão de verdadeira fé cristã ou seja por crença ou supertição, achamos muito interessante!!!
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Como dissemos antes, decidimos que iríamos deixar nossas malas em Blienschwiller, iríamos à Colmar, que é considerada a mais bela cidade da rota dos vinhos da Alsácia, para conhecer o local denominado de Pequena Veneza, pelo belo canal existente e que, depois, voltaríamos para o nosso vilarejo, para degustar os vinhos, ir dormir mais cedo para acordar bem cedinho e buscar nossos amigos Burchurd e Eunice no aeroporto, no dia seguinte.
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Mas logo na chegada ficamos sabendo em nossa hospedagem que, em função do clima, a colheita teve que ser antecipada, portanto, naquela vila as caves não tinham estrutura para abrir, pois todos estavam às voltas com a colheita. Mas que na região, outras vilas bem próximas, mas de maior porte, teriam estrutura para a colheita e para manter as caves abertas para degustação.
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Devido a essa informação, aliado ao interesse que aquela natureza bela e diferente nos despertou, mudamos os planos e resolvemos deixar para conhecer Colmar em outra ocasião e nos determos em explorar as vilas próximas.
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Nosso hotel era bem bonitinho, exatamente como havíamos visto na internet, mas acabamos não tirando fotos, pois quando voltamos dos passeios estava chovendo, e quando saimos, no dia seguinte, estava ainda muito escuro. Assim, ficamos apenas com a foto do quarto, que poderão ver no final da matéria. Também não pudemos extrair as fotos do seu website, porque lá estão em flash. Mas se quiserem a dica, segue o endereço do hotel, pois mesmo sendo uma graça, a diária do casal, que é de apenas 45 euros, vale a pena! Veja as fotos do hotel no site: http://www.winzenberg.fr/
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Quanto à cidadezinha, na foto abaixo, é bonitinha, estilo medieval, mas Dambach La Ville é muito mais interessante. Quanto às caves, não sabemos, pois no nosso vilarejo, como dissemos, estavam fechados.
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Uma das poucas ruas de Blienschwiller
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No meio de um vinhedo em Blienschwiller
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Resolvemos então voltar à rota dos vinhedos a procura de outros vilarejos, primeiro pra almoçar, e também, para além de conhecer, passar em caves para degustar os vinhos da região.
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De volta à rota dos vinhedos, bem no no meio de um deles.
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É emocionante ver as uvas no seu habitat. É uma paisagem linda!
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Ao longe, o maior vilarejo das redondezas, Dambach La Ville
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Nas vilas, o resultado da colheita.
Eram pilhas dessas em todas as vilas por onde passávamos.

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Por onde íamos passando, presenciávamos o trabalho da colheita.
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É muito interessante ver como a rotina fica diferente na época da colheita.
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Mas como paisagem não enche barriga, e Paulo Roberto já estava ansioso para começar os trabalhos de degustação durante o almoço, escolhemos Epfig para a parada para o almoço.
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Escolhemos Epfig para almoçar por causa de um restaurante super bonito que nos chamou a atenção.
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O Restaurante era também uma cave, mas daquelas muito grandes. A decoração interna era bem bacaninha e o atendimento era ótimo.
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Logo na entrada do restaurante já se percebe que tudo gira em torno dos vinhos da região. Mas a comida também foi excepcional. Recomendamos.
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Nem precisamos dizer o nome d0 restaurante. É só ver na foto acima. Fica bem na entrada da Vila de Epfig.
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Uma visão mais abrangente do restaurante.
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Saindo de Epfig, continuamos na Rota dos Vinhos a caminho de Dambach La Ville. Por ser a vila com maior estrutura nas redondezas, haveriam mais pequeninas caves abertas para que pudéssemos conhecer melhor e de forma mais autêntica.
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O Portal da Vila
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Ao entrarmos na vila, já percebíamos que ela é uma graça!
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Este prédio florido da foto acima é uma residência, onde no porão funciona a cave de um dos mais famosos produtores da região.
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Restaurantes, Caves e Boulangeries da vila, todos em prédios floridos, com a forma típica de construção da alsaciana, que é uma mistura de estilos francês e alemão, mas que tornam o conjunto muito harmonioso.
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A cidade é toda aconchegante...
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...e muito florida!
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Na Vila tem uma Catedral com um monumento
em homenagem às vítimas das guerras.

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Mas para nossa surpresa, mais importante que a catedral, era a Capela que existe para São Sebastião. É óbvio que ao verificarmos a existência da capela ao Santo de minha devoção, não exitamos em seguir a seta que indicava sua localização, em um local mais alto da vila.

Caminho para a Capela de São Sebastião, em meio aos vinhedos.
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Imagem de São Sebastião, que nos acompanhou em nossa viagem.
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Capela de São Sebastião de Dambach La Ville,
na Rota dos Vinhos da Alsácia

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Mais algumas Imagens de Outros Ângulos da Vila
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Paulo Roberto e a Cave escolhida para a Degustação
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Os Tonéis no Interior da Cave
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Na parede do Local da Degustação, a exibição dos Prêmios recebidos
pelos Vinhos Produzidos por aquela Família

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Após a degustação, compramos os vinhos daquela cave, e na vila, fomos comprar alguns pães deliciosos, queijos e frios para levar para nossa pequena vila e terminar a noite no quarto de nosso hotel.
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Nosso Quarto do Hotel Winzenberg, no vilarejo de Blienschwiller
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No dia seguinte, ainda na madrugada, fomos bem felizes para o norte, atravessamsos a fronteira para a Alemanha, devidamente aberta e com a bandeira da União Européia, rumo à cidadezinha de Karlsruhe, bem próxima a Baden-Baden, onde fica o aeroporto. Era escuro ainda, mas estávamos felizes porque iríamos reencontrar nossos amigos Eunice e Burkhard, que vinham de Hamburg para passarmos alguns dias juntos na Floresta Negra.
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Se quiser seguir a nossa viagem, é só clicar em:
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Obrigado pela visita!

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Um comentário:

  1. Ola. Vamos fazer essa rota em Agosto, uns 5 dias. Vcs vêem necessidade de reservar hotel antes, ou da pra ir escolhendo pelo caminho? abs

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